Cientistas realizam biópsias em ursos-polares para analisar poluentes no Ártico

Uma expedição científica norueguesa, realizada em abril, coletou amostras de tecido adiposo de ursos-polares em Svalbard, no Ártico. O objetivo é avaliar o impacto de contaminantes na saúde desses animais, que enfrentam ameaças como a caça e o aquecimento global.

Durante a operação, o veterinário Rolf Arne Olden utilizou um dardo anestésico para imobilizar os ursos. Os cientistas, então, extraíram tiras de gordura e amostras de sangue. A toxicóloga Laura Pirard explicou que as amostras são expostas a contaminantes e hormônios do estresse em laboratório, simulando as condições enfrentadas pelos ursos na natureza.

A equipe, composta por oito pesquisadores, utilizou o quebra-gelo Kronprins Haakon para a expedição. Jon Aars, chefe da missão, informou que foram capturados 53 ursos, incluindo 10 fêmeas com filhotes, e 17 colares eletrônicos foram instalados. Esses dispositivos ajudam a monitorar a saúde e os deslocamentos dos animais ao longo do ano.

Os ursos-polares de Svalbard estão mudando seus hábitos alimentares. Aars observou que, devido ao derretimento do gelo marinho, eles consomem mais alimentos terrestres, como renas e ovos, além de focas. Essa mudança é preocupante, pois a dieta tradicional não está sendo mantida, afetando a saúde dos animais.

O aquecimento global tem acelerado o derretimento do gelo marinho, com o Ártico aquecendo quatro vezes mais rápido que o resto do planeta desde 1979. Apesar disso, a população de ursos-polares em Svalbard apresentou um leve aumento na última década, segundo os pesquisadores.